Se me pedissem para escolher apenas uma palavra que sintetizasse a relação de interdependência entre os seres vivos e a natureza, eu diria "homeostase". Quando se conhece o princípio desse fenômeno bioquímico e biofísico chega-se à conclusão que, realmente, está tudo interligado em redes, compondo a complexa teia que sustenta a vida nesse planeta. Não importa se estamos falando em organismo unicelular ou pluricelular, muito menos qual a importância desse ente na cadeia trófica. O fato é que a interação com o ambiente é obrigatória, seja ela harmônica ou desarmônica, e o equilíbrio possível sempre será buscado. Portanto, a qualidade dessa interação determinará a forma como funcionarão os sistemas internos, resultando em mais ou menos saúde. Vamos tomar como exemplo o nosso sistema imunológico que tem a atribuição de defender o nosso organismo da invasão de organismo microscópicos e substâncias estranhas, dentre outras atribuições. Mas, se lhes parece que as bactérias virulentas, as gripes malignas, enfim, as enfermidades produzidas por micróbios são as mais perniciosas, você se surpreenderá quando souber que as pesquisas científicas caminham para a conclusão que os micróbios não são os inimigos mais temidos pelo organismo: Os pensamentos e as palavras de cada dia tem influencia direta sobre o desempenho do sistema imunológico e podem perturbar esse sistema, desencadeando efeito devastador sobre o organismo.
A explicação para isso está no sistema nervoso que, através dos seus componentes, a exemplo de um computador, dirige e regula todos os processo que ocorrem no corpo, produzindo o melhor equilíbrio (homeostase) possível. Através de informações captadas dos diversos sistemas de monitoramento - dentre os quais o sistema imunológico - o cérebro constantemente cria, automatiza, regula, equilibra e mantém o organismo no melhor nível possível de funcionamento a cada momento do dia.
Vista do crânio e face humano em corte sagital |
Linfócito |
Com isso, quero dizer que o cérebro só cria a doença que conhece e quem fornece ao cérebro as informações são os nossos pensamentos. O nosso temor em ter uma doença é o precursor da criação dela. Ou seja, a doença imaginada é materializada pela ação homeostática do próprio organismo. Afinal, somos os responsáveis pelos nossos sentimentos mais interiores e os nossos sentimentos soam como voz de comando para o sistema nervoso. As palavras podem desencadear efeito deletério sobre o organismo, podendo matá-lo em função da depressão produzida no sistema imunológico.
Na prática é mais ou menos assim: O sistema nervoso fica durante algum tempo escutando os nossos monólogos internos de raiva, mágoas, sobre as ofensas que escutamos, sobre o amor que negamos, etc. Essas mensagens são convertidas em sinais químicos (neuropeptídeos) que são lançados na corrente sanguínea e capturados pelo sistema imunológico. Considerando que a função do sistema imunológico é proteger o organismo de toda a sorte de agressão, em algum momento tem início a elaboração de uma resposta orgânica, que pode atingir qualquer órgão ou sistema orgânico, deixando-o fragilizado e mais vulnerável. A perturbação da ordem interna motivada pelos sentimentos que desencadeiam a produção de neuropeptídeos pode ser tão intensa, a ponto de produzir modificações celulares drásticas (neoplasias) no órgão alvo. No entanto, até mesmo a capacidade de resposta a uma agressão banal de um micróbio vulgar passa a ser uma tarefa extremamente difícil para o sistema imunológico que está ocupado em traduzir e produzir respostas que "julga" adequadas para atender aos comandos emanados dos pensamentos morbidos.
Em resumo, não há mais dúvidas; o sistema imunológico é fortemente influenciado e condicionada ao pensamento. E, na prática, a resposta é a busca do equilíbrio (homeostase), que tem um preço.