Sexta-feira à tarde no laboratório de para-influenza, Luisa terminou seu trabalho, pendurou seu jaleco e se preparou para descartar o resíduo biológico em um recipiente próprio. Ao se aproximar do recipiente, ela notou que estava cheio e que não caberia nenhum grama de lixo a mais. A tampa do recipiente estava no chão em frente à bancada. Luisa decidiu procurar outro recipiente, mas como não conseguiu achar nenhum, resolveu usar o recipiente já abarrotado. Luisa então colocou sua mão que estava protegida com luvas de látex em cima do saco de lixo e empurrou para conseguir algum espaço. Ao fazer a pressão para baixo, ela sentiu uma dor aguda em seu polegar esquerdo. Ao tirar sua mão de cima do lixo, o sangue imediatamente começou a escorrer pela sua luva. Luisa correu até a pia, lavou o dedo com água e sabão, notificou seu supervisor e foi até a Clínica, onde realizou uma assepsia no local do ferimento e coletou amostra para investigação sorológica.
Pergunta-se:
1 - Por que esse acidente aconteceu?
Uma sequência de falhas concorreram para que esse acidente ocorresse. Inicialmente é preciso dizer que o ato de descartar o resíduo é um procedimento que requer proteção e atenção. Sendo assim, Luisa não deveria ter retirado o jaleco (EPI) para descartar o resíduo, mantendo apenas as mãos calçadas em luvas. Recipientes de descarte de resíduos jamais devem ter o seu conteúdo compactado. Tão logo o recipiente atinja o limite de deposição este deve ser recolhido para uma área de acesso restrito, pois a compactação pode resultar em derramamento de líquidos contaminados que por ventura existam. Luisa, então, cometeu falha grave de biossegurança ao tentar compactar os sacos contidos no recipiente e, como se não bastasse, utilizando a mão protegida por luvas de látex.
2 - Quais os riscos da exposição sofrida por Luisa?
Luisa sofreu uma perfuração provavelmente produzida por agulha, lâmina ou outro material perfuro-cortante que estava recolhido ao recipiente de resíduos infectantes do laboratório. Instrumentos perfurantes e/ou cortantes, antes do descarte no saco adequado, precisam ser contidos em recipiente de paredes duras e com tampa. O instrumento que produziu o ferimento contuso na profissional poderia facilmente ter veiculado patógenos de virulências variáveis, desde esporos de fungos a bactérias, passando por vírus da AIDS, vírus de hepatite, sífilis, etc.
3 - Como esse acidente poderia ser evitado?
Luisa deveria saber que em hipótese alguma deve-se compactar sacos contendo resíduos infectantes. A obediência a essa regra seria suficiente para evitar o acidente sofrido por Luisa. Se Luisa conhecesse essa regra talvez fosse motivada a acionar a pessoa responsável pelo recolhimento do recipiente a um local adequado e seguro. Luisa precisa de treinamento.
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Mais informações podem ser buscadas em http://www.cdc.gov/herpesbvirus/
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