Imagine que você está enfermo e precisa de cuidados que só podem ser dispensados dentro da estrutura de um hospital. Imagine agora que você pode dispor desses mesmos cuidados fora do ambiente hospitalar, dentro do seu próprio domicílio e sob o aconchego da sua família. Imaginou? Pois é; até algum tempo atrás (10 anos?) isso não passava de um sonho, ou seja, se a doença tinha indicação de internação a única opção era o hospital.
Porém, a cada dia se constata que hospital é um dos piores locais para alguém recuperar a saúde. Aí podem argumentar... Você deve estar se referido aos hospitais públicos do SUS, superlotados, sem higiene e com atendimento precário, onde o indivíduo chega com uma doença e ganha outras.
Eu digo que não... Refiro-me a qualquer hospital. Desde o público mantido pelo pelo SUS até o hospital privado "Top de Linha", guardadas as devidas proporções! Para os micróbios, hospital é sempre hospital: Lugar onde existem organismos humanos fragilizados e utilização de medicamentos (antibióticos e quimioterápicos) que fortalecem linhagens microbianas, dando origem à entidades biológicas praticamente indestrutíveis que são os microrganismos multirresistentes.
Eu digo que não... Refiro-me a qualquer hospital. Desde o público mantido pelo pelo SUS até o hospital privado "Top de Linha", guardadas as devidas proporções! Para os micróbios, hospital é sempre hospital: Lugar onde existem organismos humanos fragilizados e utilização de medicamentos (antibióticos e quimioterápicos) que fortalecem linhagens microbianas, dando origem à entidades biológicas praticamente indestrutíveis que são os microrganismos multirresistentes.
Então, embora para alguns pareça paradoxal, à medida em que a atenção à saúde se qualifica, percebe-se que o indivíduo doente deve permanecer no hospital pelo tempo mínimo e estritamente necessário, apenas para estabilizar um quadro. Se não há risco de morte...
...o melhor lugar para convalescer é em casa, no seio da família e sob cuidados profissionais.
...o melhor lugar para convalescer é em casa, no seio da família e sob cuidados profissionais.
E para dar conta desse nicho há um segmento relativamente novo no campo da saúde que desponta como promissor e que provavelmente irá abocanhar uma fatia importante do mercado de prestação de serviços de saúde. Refiro-me ao Home Care, que consiste na possibilidade do paciente iniciar ou continuar um tratamento de saúde no domicílio, ou seja, fora do ambiente hospitalar, com suporte profissional (médico, enfermeiro, nutricionista, fisioterapeuta, psicólogo, assistente social, odontólogo, laboratório) e estrutura adequada à necessidade. Está muito caro ainda e somente as famílias mais abastadas podem acessar. Mas as vantagens parecem tão evidentes, principalmente no que diz respeito à redução importante do tempo de tratamento e, consequentemente, do risco de infecção hospitalar, que a tendência é a redução dos custos mediante o incremento da busca pelo serviço, inclusive pelas operadoras de planos de saúde.
Na verdade não há nada de inédito nisso afinal, o Sistema Único de Saúde (SUS) trabalha pautado no modelo da atenção domiciliar a partir das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF). O problema é que a área adstrita e o número de famílias a serem cobertas por uma equipe é extensa. As equipes são frágeis do ponto de vista da coesão. Em resumo, falta investimento para que essa ação pública assuma um perfil similar ao de um empreendimento privado.
Sendo assim, Home Care é, digamos, uma versão melhorada da proposta da ESF e que veio para ficar. Provavelmente será bastante utilizada no futuro próximo pelas famílias mais abastadas. Se as equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) do nosso Sistema Único de Saúde (SUS) pegarem o vácuo da evolução das Home Care e incorporarem pelos menos 80% do profissionalismo desse serviço privado, ficará disponível às famílias menos favorecidas um serviço bem melhor do que o que se apresenta hoje. E quem ganhará com isso é a própria sociedade, pois os hospitais assumirão um papel de retaguarda a ser utilizada em situações estritamente necessárias, o que baratearia em muito os custos públicos com a saúde.