O esforço que a humanidade empreende pelo desenvolvimento de um produto comparável ao sangue humano é histórico e os motivos justificam. Talvez o motivo mais importante seja a insuficiência de sangue para transfusões nos hospitais em todo o mundo, apesar de milhares de doações serem feitas diariamente. Outros motivos não menos importantes: 1) mesmo imaginando um cenário em que doações suficientes fossem feitas, existem impedimentos concretos para o salvamento de vidas em alguns lugares devido à falta de estrutura mínima para o adequado cuidado com o sangue doado; 2) o curto prazo de validade do sangue doado que é de aproximadamente 5 dias para plaquetas, 35 dias para hemácias e 24 meses para plasma congelado; 3) os riscos biológicos envolvidos na administração do sangue natural, principalmente quando se trata de receptores imunocomprometidos; e 4) a necessidade de rigor com o processo de tipagem sanguínea de doador e receptor e o tempo requerido para a execução desse procedimento.
Um produto elaborado para ser utilizado como sangue artificial, provavelmente, será mais seguro no que diz respeito aos riscos biológicos; além do que deverá ter um período de validade bastante superior ao do sangue natural. Por fim, este produto sintético não deverá possuir antígenos e isso dispensará a necessidade de realizar tipagem sanguínea.
Mas “inventar” um produto artificial comparável ao sangue humano não é tarefa fácil! Isso porque o sangue humano é um tecido extremamente complexo, repleto de células do sistema imunológico e de uma infinidade de proteínas. Entretanto é consenso que, para ser utilizado numa situação de urgência / emergência, o sangue artificial não precisa ter a mesma complexidade do produto original. Assim, os pesquisadores estão particularmente interessados em um produto composto basicamente de células vermelhas (hemácias), por entender que seria adequado para uma resposta imediata objetivando a manutenção da vida à partir de transfusão.
As hemácias são células anucleadas e arredondadas e representam o principal constituinte da fração sólida do sangue, conferindo-lhe a cor vermelha característica devido à concentração de moléculas de uma proteína denominada hemoglobina, cuja principal função é transportar oxigênio e gás carbônico entre os pulmões e todo o organismo.
Um produto elaborado para ser utilizado como sangue artificial, provavelmente, será mais seguro no que diz respeito aos riscos biológicos; além do que deverá ter um período de validade bastante superior ao do sangue natural. Por fim, este produto sintético não deverá possuir antígenos e isso dispensará a necessidade de realizar tipagem sanguínea.
Mas “inventar” um produto artificial comparável ao sangue humano não é tarefa fácil! Isso porque o sangue humano é um tecido extremamente complexo, repleto de células do sistema imunológico e de uma infinidade de proteínas. Entretanto é consenso que, para ser utilizado numa situação de urgência / emergência, o sangue artificial não precisa ter a mesma complexidade do produto original. Assim, os pesquisadores estão particularmente interessados em um produto composto basicamente de células vermelhas (hemácias), por entender que seria adequado para uma resposta imediata objetivando a manutenção da vida à partir de transfusão.
As hemácias são células anucleadas e arredondadas e representam o principal constituinte da fração sólida do sangue, conferindo-lhe a cor vermelha característica devido à concentração de moléculas de uma proteína denominada hemoglobina, cuja principal função é transportar oxigênio e gás carbônico entre os pulmões e todo o organismo.
Tentativas anteriores de desenvolver sangue artificial utilizando-se hemoglobinas "livres" foram frustradas ao se constatar que essas moléculas se decompõem em compostos de ferro reativo e radicais livres quando não estão contidas pelas paredes de uma célula, podendo produzir efeitos colaterais tóxicos. Estão em curso algumas experiências que vale a pena destacar:
➽A Universidade de Essex, no Reino Unido, através de um projeto de biologia sintética denominado "HaemO2" vem empenhada no desenvolvimento de um produto com características de sangue artificial que se baseia numa molécula de hemoglobina modificada, criada através da inserção de genes em bactérias E. coli cultivadas em laboratório. As bactérias produzem a proteína desejada durante sua atividade metabólica normal, e mais tarde os cientistas colhem as células vermelhas transformadas, que são purificadas e concentradas para serem usadas no produto final.
➽Pesquisadores da Universidade de Bristol (Grã-Bretanha) desenvolveram uma técnica, baseada em células-tronco, capaz de produzir glóbulos vermelhos prematuros "imortalizados" que podem ser cultivados em quantidades ilimitadas, o que sinaliza com uma possibilidade real de produção em massa. Já é possível produzir alguns litros de sangue no laboratório; mas há uma grande diferença entre isso e o enorme volume necessário para suprir a demanda a rede hospitalar. No momento, portanto, o desafio é traduzir a técnica para a produção em escala industrial.
➽Cientistas da Universidade de Edimburgo (Escócia) desenvolveram um método de fazer células-tronco adultas da medula óssea e cultivá-las em laboratório para produzir células que se parecem e agem semelhantes às células vermelhas do sangue. O método ainda passa por aperfeiçoamento técnico que consideram o uso de células-tronco retiradas de embriões, ou células da pele reprogramadas, em vez de células adultas porque, embora o produto final não imite sangue vermelho tão bem, pode ser cultivado em quantidades muito maiores no laboratório.
➽Até mesmo soluções radicais como o desenvolvimento de um composto completamente artificial que execute com segurança as mesmas funções-chave do sangue estão sendo consideradas em algum lugar do mundo. Isso poderia envolver a inserção de hemoglobina sintéticas em uma estrutura celular também sintética, ou utilizar um produto químico para manter a hemoglobina estável para que possa ser injetada sem a necessidade de glóbulos vermelhos.
Rússia e África do Sul já utilizam um subproduto artificial desenvolvido nos Estados Unidos e elaborado a partir do sangue bovino. As autoridades sanitárias americanas, entretanto, não liberaram a utilização no referido país porque testes demonstraram que o produto aumenta o risco de acidente vascular cerebral, pancreatite e problemas cardíacos.
“O Hemopure proporciona uma forma alternativa de distribuir oxigênio para os tecidos do organismo quando células vermelhas compatíveis não estão disponíveis ou quando os médicos ou pacientes preferem evitar a transfusão de sangue habitual”, afirma Douglas Sayles, diretor de comunicações da Biopure, empresa de Massachusetts fabricante do composto.
Como se vê são várias as frentes de estudos no mundo o que nos autoriza imaginar que logo teremos uma substância segura que substitua, ao menos provisoriamente, o sangue natural até que uma transfusão definitiva possa ser realizada. O fato é que, embora seja um substituto imperfeito do sangue natural, o sangue artificial deverá revolucionar as perspectivas de prognósticos envolvendo a prestação de socorro em catástrofes, guerras, desastres, etc. Mesmo em ambiente hospitalar ou ambulatorial o recurso poderá ser usado em situações específicas principalmente em regiões onde bancos de sangue não estão disponíveis.
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Créditos:
http://hypescience.com/sangue-artificial/
https://super.abril.com.br/ciencia/parece-mas-nao-e-3/